Blog do Marxtei

Se voce não tem, o Marx tem

Um blog de ficção, devaneios, crônicas e duplipensamentos sem nexo de uma mente sem lembranças .
Inicio » Uncategories » Passos Marcados

Passos Marcados

Marx Medeiros
Comentarios
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Era véspera de feriado, pessoas desciam para as cidades litorâneas mais próximas, a metrópole estava ficando vazia, trajetos antes feitos em uma hora, agora poderiam ser feitos em vinte minutos. Jamile era uma garota linda, independente com apenas dezenove anos de idade, tinhas cabelos louros caramelados e olho azuis. Mas infelizmente teria de ficar no escritório da empresa onde trabalhava até mais tarde, para evitar que se acumule trabalho antes de suas férias. Estava feliz por poder ir trabalhar com silêncio, uma vez que toda a sua divisão estaria dispensada naquele dia. 

Logo que acordou, fez sua higiene vestiu uma calça jeans, coisa que desde o ensino médio não fazia, pôs uma camiseta xadrez vermelha e não abotoou o botão mais alto, coisa que há tempos também não fazia, e para completar calçou seu tênis AllStar púrpura,  prendeu seu cabelo com uma tiara de flor e pôs seus óculos. Após um café da manhã rápido ela descobriu que estava atrasada. Como num pulo, saiu e trancou o seu apartamento, onde morava sozinha em um bairro nobre da cidade. Na garagem ela entra no seu Sedan, um carro caro para os padrões sociais, que retirara ha uma semana da concessionária, mas o mesmo não funcionava, como estava atrasada demais decidiu ir de ônibus.  

Ao sair na rua algo como um silvo indescritível arrepiou sua pele, dando a ela uma sensação de insegurança que tomou conta de todo o seu corpo, junto com uma sensação de vazio que só havia sentido uma vez, quando seu noivo a abandonara na porta do altar, um ano atrás. Como que por instinto ela correu para o ponto de ônibus e acenou para o primeiro a aparecer, que por coincidência era o seu. O ônibus estava deserto, para ela era incrível entrar e poder escolher que banco sentar, mas preferiu ir para o fundo já que viu “cara de poucos amigos” por parte do motorista e de seu cobrador.

Chegando ao trabalho a sensação de insegurança se uniu ao sentimento de perseguição, sempre que ela entreolhava, via uma sombra a seguindo , mas sempre que olhava aquilo cessava. Após horas de trabalho adentrando a noite ela decidiu dar um tempo para si mesma, ela não gostava de sair com amigas, na verdade não possuía amigas. Jamile preferia exercitar seus hobbies favoritos para si mesma que eram cozinhar e degustar um bom vinho, sempre acompanhados de uma boa música.

Na volta do trabalho, aquela mesma sensação de insegurança na rua, voltando exatamente no mesmo ônibus que havia ido, com os mesmos motorista e cobrador desgostosos que havia ido pela manhã retoorna. Até que o motorista para na frente de uma praça há aproximadamente oito quadras de seu prédio com o primeiro sorriso de canto de rosto que Jamile viu o mesmo esboçar – quem sabe até o primeiro do dia – e diz:
 - Moça o ônibus recolhe aqui, adoraria leva-la mais longe mas infelizmente temos horário a cumprir, é aniversário do meu filho – Disse o motorista, mostrando um semblante de cansaço e entusiasmo.
 - Tudo bem! – diz Jamile – Entendo que precisa descançar, eu vou andando... preciso de um tempo para pensar um pouco
 - Você quem sabe, só tome cuidado que uma garota bonita como você é um alvo fácil para qualquer aproveitador – conclui o cobrador

Após descer no Onibus o cenário que ela vê é faroéstico, um balanço se mexendo sozinho por causa do vento,  a pista de Skate vazia e os bancos onde haviam centenas de pessoas, senhores jogando xadrez, crianças brincando e casais namorando estavam todos vazios, aquela sensação de vazio somada a sensação de perseguição estavam resultando na sensação de perigo e pânico, que ela sabia maestralmente disfarçar. Começa andar, vê seu prédio ao longe com algumas luzes acesas e o caminho parcialmente iluminado conforme vai andando, ela percebe uma sensação de frio chegando perto de si, um fenômeno até anormal, pois o dia foi todo com temperaturas elevadíssimas. A cada metro que avançava, a cada paço que dava, a cara lufada de ar que tocava seus olhos e seu rosto ela ouvia o compasso de seu coração, uma sensação angustiante para qualquer pessoa, até que aproximadamente cinquenta metros depois o poste mais próximo a si começa a piscar, cada vez que ela chega mais perto ele pisca com uma frenesia musical e apaga, ritimicamente um após o outro vai se apagando com o pulsar negro que dava a falta de luz.

No penúltimo poste ela é atingida por um golpe de ar, que faz o lenço branco que estava em seu bolso voar alguns metros para traz. Quando ela recua, vê que este poste parou de piscar, e o anterior que já estava apagado volta a piscar freneticamente. Avançando alguns metros ela percebe uma coisa assustadora: a “falta de luz” a perseguia, no avançar de seus passos o poste anterior se apaga, e o que está em sua frente começa a piscar, recuando um ou dois paços grandes novamente o poste anterior volta a piscar e o poste em sua frente fica com luz fixa.
Presa em seus pensamentos, ela lembra de sua infância e começa a gritar, em sua mente a frase “ele não voltou, ele está morto!” diversas e diversas vezes eis que surge uma voz que faz o dorso de sua espinha tremer.   [CONTINUA]
#Compartilhar :
Tweet
Passos Marcados Blog do Marxtei
publicado em: 2012-01-04T03:05:00-08:00
Título:Passos Marcados
Classificação: 5 Em 27 Comentários
Postagens Relacionadas

← Postagem mais recente Postagem mais antiga → Página inicial
Assinar: Postar comentários (Atom)

Seguidores

Total de visualizações

Copyright 2013 Blog do Marxtei - All Rights Reserved Traduzido Por: Mais Template